Psicanálise: a obra-prima freudiana II
Como mencionado na postagem #4 Psicanálise: a obra-prima freudiana I, Freud teve contato com a hipnose através dos seminários de Charcot realizados em Paris, que demonstrou que sintomas histéricos podiam ser criados e/ou suprimidos artificialmente por meio da técnica hipnótica. Quando retornou à Viena, Freud estava ainda mais instigado pelo psiquismo e os seus mecanismos, tendo contato com Joseph Breuer, médico que fazia uso da técnica sugestiva para tratar os sintomas histéricos de seus pacientes. O contato com Breuer rendeu a Freud um dos casos mais importantes da história da psicanálise: o caso Anna O. (Bertha Pappenheim) – descrito detalhadamente na obra "Estudos sobre a histeria".
Por volta dos 20 anos de idade, Bertha apresentava uma série de sintomas, dentre eles paralisia e alucinações visuais. Breuer fazia uso da técnica hipnótica de Charcot para suprimir os sintomas. Porém, eles tendiam a retornar, sendo necessário repetir o processo continuamente. Posteriormente, Breuer pediu que a paciente se recordasse a nível consciente da lembrança traumática e falasse sobre ela. Os sintomas, com isso, desapareciam. A própria Bertha denominou o tratamento de "talking cure", a cura pela fala ou limpeza de chaminé –adotado em muitos escritos. Conjuntamente, Freud e Breuer escreveram "Estudos sobre a histeria", sendo importante salientar que Freud nunca tivera contato com Bertha ao contrário do que muitos pensam.
1. Os componentes do Aparelho Psíquico
Para fins de compreensão do funcionamento psíquico, Freud dividiu a mente como se esta fosse composta por peças – como engrenagens de um relógio, cada qual desempenhando uma função e tendo a sua importância no desempenho final do aparato.
1.1 A primeira tópica do Aparelho Psíquico (Topográfica)
Na primeira tópica são apresentados os "lugares" psíquicos.
1.1.1 Consciente: ter consciência da realidade externa por meio da sensopercepção.
1.1.2 Pré-consciente: Segundo Izabel (1997, p. 124):
1.1.3 Inconsciente: Segundo Izabel (1997, p. 124):
1.2 A segunda tópica do Aparelho Psíquico (Estrutural)
Na segunda tópica são apresentadas as instâncias psíquicas cujo jogo de forças movem o aparelho psíquico na busca da redução da tensão. Ela aconteceu na "virada" de 1920, quando Freud remodelou a teoria por observar na experiência clínica que uma parte considerável do Ego também era Inconsciente.
1.2.1 Id (Isso): Segundo Schultz e Schultz (2016, p. 306):
É regido pelo princípio do prazer, ou seja, busca a satisfação imediata do desejo.
1.2.2 (Eu): Segundo Schultz e Schultz (2016, p. 307):
É o Ego que mobiliza os chamados Mecanismos de Defesa (Repressão, Racionalização etc.) para dar conta das exigências instintivas do Id e das imposições morais do Superego. Por isso, diz-se que o Ego é governado pelo princípio de realidade, ou seja, ainda que o Id queira muito algo é o Ego que possibilitará a satisfação do desejo, adiando e submetendo-o a realidade externa.
1.2.3 Superego (Supereu): Segundo Rappaport, Fiori e Davis (1981, p. 28):
Na próxima postagem, serão apresentados mais alguns dos conceitos psicanalíticos fundamentais da Psicanálise.
Por volta dos 20 anos de idade, Bertha apresentava uma série de sintomas, dentre eles paralisia e alucinações visuais. Breuer fazia uso da técnica hipnótica de Charcot para suprimir os sintomas. Porém, eles tendiam a retornar, sendo necessário repetir o processo continuamente. Posteriormente, Breuer pediu que a paciente se recordasse a nível consciente da lembrança traumática e falasse sobre ela. Os sintomas, com isso, desapareciam. A própria Bertha denominou o tratamento de "talking cure", a cura pela fala ou limpeza de chaminé –adotado em muitos escritos. Conjuntamente, Freud e Breuer escreveram "Estudos sobre a histeria", sendo importante salientar que Freud nunca tivera contato com Bertha ao contrário do que muitos pensam.
1. Os componentes do Aparelho Psíquico
Para fins de compreensão do funcionamento psíquico, Freud dividiu a mente como se esta fosse composta por peças – como engrenagens de um relógio, cada qual desempenhando uma função e tendo a sua importância no desempenho final do aparato.
1.1 A primeira tópica do Aparelho Psíquico (Topográfica)
Na primeira tópica são apresentados os "lugares" psíquicos.
1.1.1 Consciente: ter consciência da realidade externa por meio da sensopercepção.
1.1.2 Pré-consciente: Segundo Izabel (1997, p. 124):
[...] se situa entre o consciente e o inconsciente, e contém fatos ora mais próximos, ora mais distantes da consciência.
1.1.3 Inconsciente: Segundo Izabel (1997, p. 124):
[...] o inconsciente é o responsável por certas formas de conduta inexplicáveis, pois é o depositário de toda a experiência desagradável, recalcada pelo indivíduo e condenada ao esquecimento.
1.2 A segunda tópica do Aparelho Psíquico (Estrutural)
Na segunda tópica são apresentadas as instâncias psíquicas cujo jogo de forças movem o aparelho psíquico na busca da redução da tensão. Ela aconteceu na "virada" de 1920, quando Freud remodelou a teoria por observar na experiência clínica que uma parte considerável do Ego também era Inconsciente.
1.2.1 Id (Isso): Segundo Schultz e Schultz (2016, p. 306):
[...] a fonte da energia psíquica e o aspecto da personalidade relacionado aos instintos.
É regido pelo princípio do prazer, ou seja, busca a satisfação imediata do desejo.
1.2.2 (Eu): Segundo Schultz e Schultz (2016, p. 307):
[...] aspecto racional da personalidade responsável pelo controle dos instintos.
É o Ego que mobiliza os chamados Mecanismos de Defesa (Repressão, Racionalização etc.) para dar conta das exigências instintivas do Id e das imposições morais do Superego. Por isso, diz-se que o Ego é governado pelo princípio de realidade, ou seja, ainda que o Id queira muito algo é o Ego que possibilitará a satisfação do desejo, adiando e submetendo-o a realidade externa.
1.2.3 Superego (Supereu): Segundo Rappaport, Fiori e Davis (1981, p. 28):
[...] responsável pela estruturação interna dos valores morais, ou seja, pela internalização das normas referentes ao que é moralmente proibido e o que é valorizado e deve ser ativamente buscado.
Na próxima postagem, serão apresentados mais alguns dos conceitos psicanalíticos fundamentais da Psicanálise.
Referências
IZABEL, Ribeiro Freire. Raízes da psicologia. 5ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.
RAPPAPORT, Clara Regina; FIORI, Wagner da Rocha; DAVIS, Cláudia. Psicologia do desenvolvimento. 1ª reimpressão. São Paulo: EPU, 1981.
SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney Ellen. História da psicologia moderna. 3ª reimp. da 3ª ed. São Paulo: Cengage Learning, 2016.
Imagem obtida em <https://www.simplypsychology.org/tripartite-personality.jpg>.
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