Psicanálise: a obra-prima freudiana III
Parte III – Conceitos psicanalíticos fundamentais
1. Repressão: é um mecanismo de defesa do Ego responsável por suprimir – remover da consciência, recalcar – determinados conteúdos danosos à consciência, fontes geradoras de intensa ansiedade por sua incompatibilidade com a constituição psíquica do sujeito. Por exemplo: uma criança abusada, que, adulta, tem a lembrança esquecida (recalcada) no inconsciente. É comum as pessoas denominarem esses acontecimentos de trauma.
2. Formação de compromisso: o sintoma é uma mensagem cifrada, que, no processo analítico, busca-se interpretá-la e elaborá-la. É o recalcado que retorna mascarado – disfarçado –, sendo o resultado da elaboração do sujeito entre a sua problemática e suas defesas.
3. Pulsão (Desejo): Freud define a pulsão como aquilo que está situado entre o somático e o psíquico. É um conceito complexo, que nos aprofundaremos futuramente. Aqui, cabe ressaltar que Freud era contrário ao dualismo cartesiano da época, ou seja, que as doenças orgânicas não teriam relação com o mental. O fenômeno histérico é um bom exemplo da íntima relação entre a mente e o corpo.
4. Sexualidade Infantil: fortemente criticado à época que apresentou a teoria da sexualidade infantil, evidentemente não seria possível uma compreensão total do humano sem ela. Freud rompe com a ideia de que a criança nasce inocente e pura, apresentando a criança como perversa polimorfa, ou seja, capaz de experimentar prazer de múltiplas formas.
4.1 Libido: Segundo Rappaport, Fiori e Davis (1981, p. 33):
[...] é a energia afetiva original que sofrerá progressivas organizações durante o desenvolvimento, cada uma das quais suportada por uma organização biológica emergente no período.
4.2 Fases de desenvolvimento: por hora, não nos aprofundaremos nas fases de desenvolvimento, sendo elas: fase oral, fase anal, fase fálica, período de latência e fase genital. Tais fases serão apresentadas numa postagem posterior.
4.2 Complexo de Édipo: Segundo Schultz e Schultz (2016, p. 308):
[...] aos 4 ou 5 anos, o desejo inconsciente do menino pela mãe e de substituir ou destruir o pai.
A saída do Complexo de Édipo se dá com a Castração, na qual o psiquismo da criança se estrutura. Também é importante mencionar aqui que o Superego é o herdeiro do Complexo de Édipo.
5. Estruturas Psíquicas
Uma estrutura psíquica é o resultado da defesa realizada pelo sujeito diante da angústia de castração – o discurso da mãe sobre o pai ser o objeto do seu desejo abala as certezas da criança de ser o objeto exclusivo do desejo da mãe. A opção de estrutura para lidar com a castração é involuntária. Embora o conceito de estrutura esteja ausente em Freud, ele frequentemente é utilizado nos livros e artigos de psicanálise. Por isso, manteremos o emprego do vocábulo nesta e nas futuras postagens do Blog. As estruturas psíquica são: a neurose (recalque), a psicose (recusa) e a perversão (denegação).
Para a psicanálise, conforme expõe Wertheimer (1991, p. 180):
[...] o conhecimento da verdade a respeito de si mesmo libertará o paciente: na medida em que ele se torne conhecedor das forças de seu inconsciente, o paciente deixa de ser prisioneiro inconsciente, e pode levar uma vida mais racional, satisfatória e produtiva.
Na próxima postagem, serão apresentados mais alguns dos conceitos psicanalíticos fundamentais da Psicanálise.
Referências
RAPPAPORT, Clara Regina; FIORI, Wagner da Rocha; DAVIS, Cláudia. Psicologia do desenvolvimento. 1ª reimpressão. São Paulo: EPU, 1981.
SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney Ellen. História da psicologia moderna. 3ª reimp. da 3ª ed. São Paulo: Cengage Learning, 2016.
WERTHEIMER, Michael. Pequena história da psicologia. 9ª ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1991.
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